CARTA PARA MARIA. Em "repeteco".

Não vou dizer que me sinto "stressado" deprimido ou diminuído.Isso eu não consigo atingir. O que me invade, às vezes, muitas vezes, é uma preguiça "grandiosa" que me joga quase para momentos estáticos ou de contemplação oriental! E deixo-me levar por isso como se levitasse e dormisse nas núvens.Fico assim deleitado e tudo que passa à volta produz um som de vento fino e ameno que se sente quando o Verão se inicia! Fico assim até acordar em mim aquela vontade de contatar de novo com o mundo, com as pessoas.Então, deixa-me ficar assim. Não me acordes nem faças ruídos. Já deves ter sentido isso pelo meu silêncio que permanece em mim que falto à resposta das tuas cartas.Mas não te aflijas nem penses que é esquecimento. É apenas uma pausa necessária para que eu chegue aqui de novo com as "baterias" carregadas e possa continuar por estes caminhos onde sempre eu sei te hei-de encontrar, entre as tuas palavras, os teus sonhos e as tuas "lutas". Não me estranhes. Eu sei que não. E por isso te escrevi. Onde quer que estejas, recebe um beijo de cima desta nuvem que correrá para ti com o vento suave de um Verão que ainda vem longe...

Manoel Carlos