A carruagem do comboio ia apinhada. Jorjão viajava firme, quase sonolento, quando o seu amigo Zé, reconhecendo-o ali, entusiasmado pelo encontro, assenta-lhe estrondosa palmada nas costas gritando:- Amigão! Que fazes aqui?
O pior é que no impacto da palmada a dentadura postiça do Jorjão voou para fora da boca do desprevenido Jorjão, indo caír e parar em baixo dos bancos da carruagem. O Jorjão, sem dentadura, sentia-se nu e explode:
- Binha fenfafura feu infefil!? (traduzo : a minha dentadura seu imbecil?
O Zé apavorado com tamanha reação apenas pôde dizer: - Oh pá, desculpa, se calhar bati com
muita força! E virando-se para os outros passageiros: - vamos dar uma ajuda procurando a dentadura do Jorjão, vamos?
Uma velhinha baixa e gorda:
- Oh vizinho, eu cá não ajudo coisa nenhuma, era o que mais faltava pegar nessa coisa. Eu nunca peguei na do meu marido, ia agora pôr a minha mão numa doutro qualquer!
Jorjão, cuspindo mais do que falando:
- Fer fur und fer fen que frofurar. lefanfem os fés, fodem fisar a fenfafura! (tradução: der por onde der tem que procurar, levantem os pés podem pisar a dentadura!).
Um careca baixinho que até então dormia:
- meus amigos, isso é que não. Eu vou mexer-me quando quiser e pousar os meus pés com ou sem sua licença. E tem mais: se eu pisar o seu sorriso, que se dane!
- O Zé, amigo do Jorjão:
- Eh pá, não exagere. Você sabe quanto custa uma dentadura?
Jorjão explode: - fufenfos eurfos (tradução abaixo).
A velhinda gorda :
-Eu conheço essa língua, o que ele quer dizer é que a dentadura lhe custou duzentos euros!
Jorjão de novo: - Fora a filha da fufa fa for que fenfi fuando adfanquei os fenfes! (tradução: fora a filha da puta de dor que eu senti quando arranquei os dentes!)
Um negro magrinho falando para a velhinha: ´Xe madame, traduza aí para o banguela (desdentado) que evite dizer palavrões, aqui não!
O Zé volta à carga: - Parem de discutir, ajudem por favor a encontrar a matraca!
O negro magrinho de novo: - eu não vou procurar coisa nenhuma, eu vou é baixar os pés que já tenho os joelhos adormecidos.
E, logo em seguida, um barulho que fez tremer violentamente o Jorjão, ecoa na carruagem.
-Fronfo foferam a finfa fenfafura (tradução: pronto foderam a minha dentadura!). e virando-se para o negro: - Finfa fenfafura feu forno!. Aí o negro entendeu e virou uma féra:
- Corno o escambal! Essa não! A mim ninguem me chama de corno!
E o negro se engalfinhou em Jorjão, provocando a maior confusão da história da CP, no trajecto
do Porto/Viana que finalizou com o resultado de seis feridos, três dos quais sem dentadura.
Na esquadra, o Chefe Mendes teve que se valer da velhinha gorda para que traduzisse os depoimentos, já que ninguem conseguia entender o que os três desdentados tentavam falar.
O pior é que no impacto da palmada a dentadura postiça do Jorjão voou para fora da boca do desprevenido Jorjão, indo caír e parar em baixo dos bancos da carruagem. O Jorjão, sem dentadura, sentia-se nu e explode:
- Binha fenfafura feu infefil!? (traduzo : a minha dentadura seu imbecil?
O Zé apavorado com tamanha reação apenas pôde dizer: - Oh pá, desculpa, se calhar bati com
muita força! E virando-se para os outros passageiros: - vamos dar uma ajuda procurando a dentadura do Jorjão, vamos?
Uma velhinha baixa e gorda:
- Oh vizinho, eu cá não ajudo coisa nenhuma, era o que mais faltava pegar nessa coisa. Eu nunca peguei na do meu marido, ia agora pôr a minha mão numa doutro qualquer!
Jorjão, cuspindo mais do que falando:
- Fer fur und fer fen que frofurar. lefanfem os fés, fodem fisar a fenfafura! (tradução: der por onde der tem que procurar, levantem os pés podem pisar a dentadura!).
Um careca baixinho que até então dormia:
- meus amigos, isso é que não. Eu vou mexer-me quando quiser e pousar os meus pés com ou sem sua licença. E tem mais: se eu pisar o seu sorriso, que se dane!
- O Zé, amigo do Jorjão:
- Eh pá, não exagere. Você sabe quanto custa uma dentadura?
Jorjão explode: - fufenfos eurfos (tradução abaixo).
A velhinda gorda :
-Eu conheço essa língua, o que ele quer dizer é que a dentadura lhe custou duzentos euros!
Jorjão de novo: - Fora a filha da fufa fa for que fenfi fuando adfanquei os fenfes! (tradução: fora a filha da puta de dor que eu senti quando arranquei os dentes!)
Um negro magrinho falando para a velhinha: ´Xe madame, traduza aí para o banguela (desdentado) que evite dizer palavrões, aqui não!
O Zé volta à carga: - Parem de discutir, ajudem por favor a encontrar a matraca!
O negro magrinho de novo: - eu não vou procurar coisa nenhuma, eu vou é baixar os pés que já tenho os joelhos adormecidos.
E, logo em seguida, um barulho que fez tremer violentamente o Jorjão, ecoa na carruagem.
-Fronfo foferam a finfa fenfafura (tradução: pronto foderam a minha dentadura!). e virando-se para o negro: - Finfa fenfafura feu forno!. Aí o negro entendeu e virou uma féra:
- Corno o escambal! Essa não! A mim ninguem me chama de corno!
E o negro se engalfinhou em Jorjão, provocando a maior confusão da história da CP, no trajecto
do Porto/Viana que finalizou com o resultado de seis feridos, três dos quais sem dentadura.
Na esquadra, o Chefe Mendes teve que se valer da velhinha gorda para que traduzisse os depoimentos, já que ninguem conseguia entender o que os três desdentados tentavam falar.
Manoel Carlos
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