O primeiro comboio (trem) do dia, vindo do Porto, dava entrada na estação de Santa Apolonia em Lisboa. Movimenta-se gente em todas as direções. Os ruidos se misturam como uma melodia militar, numa cadência de passos, vozes e apitos. O dia está cinzento e um leve chuvisco entristece a fisionomia da manhã, apesar de ser sábado! De pronto o recinto de desembarque ficou vazio. Apenas sentado num banco, frente à linha, estava um homem com o olhar fixo nos trilhos das locomotivas.
De repente, olhou em minha direção e perguntou num tom de voz rouco, cansado: - moço, como se chama esta cidade? Que terra é esta?
Claro que pensei logo tratar-se de um gosador, um bêbado, ou, sei lá, um desajustado. Nem lhe repondi e continuei meu caminho em direção ao "trem" que me esperava e que seguiria de regresso ao Porto. Mas a voz do homem insistiu: - moço "please" diga-me, que terra é esta?
Eu não podia perder mais tempo e corri para o comboio que me levaria a Coimbra.
Já na carruagem, devidamente acomodado, não consegui desviar de meu pensamento aquela figura do homem sentado no banco da estação, certamente brincando com as pessoas, perguntando-lhes em que terra se encontrava "que terra é esta?"
No deslizar da partida do comboio ainda dei a ultima "mirada" ao indiividuo que agora estava cabisbaixo, ar melancolico, sentado no mesmo banco e que, pelos vistos não esperava ninguem nem, certamente, iria viajar para parte alguma. Parecia apenas perdido, realmente perdido! Na verdade, a imagem do homem teimava em me desconcentrar e eu não consegui inciar a leitura do meu livro.
Nem dei pela chegada a Coimbra, parecendo até que nem saí do lugar de tão absorto que fiquei.
Apeei-me do comboio, apressei-me para a saída da estação, mas logo, surpreendentemente, aquela voz, a mesma voz, interpelando-me: - moço, "please" que cidade é esta?
Olhei para trás e, num banco da estação de Coimbra, o mesmo homem que em Lisboa me perguntou exatamente a mesma coisa, suplicava agora que lhe dissesse que terra é esta!
Fiquei tão perturbado que por momentos esqueci também em que terra eu estava!
E respondi:- não sei que terra é esta não.limiano41@msn.com
limiano41@msn.com adicionem
Querido Manoel Carlos,
ResponderExcluir¡Maravilloso cuento! Cuánta gente pasa por la vida sin saber adónde va, ni de dónde viene. Qué bonita metáfora y que bien contada. Me ha encantado la descripción de las estaciones de tren, tan melancólica y tan onírica. Parece un sueño.
Parabéns! Sigue escribiendo.
Um beijo da Leni.
PS1.- Ayer no pude venir a visitarte, pero hoy no falto a mi cita diaria.
PS2.- Happy Valentine's Day.
PS3.- Tengo la solución para que tu blog reciba más visitas y comentarios. Dentro de unos días la conocerás.
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