22/02/2008

RECUERDOS DE VIGO continuação 2


Contar casos verídicos é sempre mais dificil do que narrar fantasias ou algo que a nossa imaginação pretende descrever em pinturas multicores. Já que nos invade uma certa cumplicidade, modéstia, um retraimento em assumir eventuais culpas de atos menos dignos...Já em termos virtuais flui mais fácil a dialética e o medo de tudo é superado pela convicção que é apenas e somente fantasia e a nossa culpa fica por isso mesmo... Mas o homem peca mesmo em pensamento...

Aquele momento corria num tempo que parou; e a minha alma flutuava levando meu corpo pelo ar, viajando por entre nuvens coloridas, extravasando volúpia e sedução mas regressei ao faltar-me o ar do beijo intenso...

Ela correu para o "toillet".


Pelas vidraças da varanda podia desfrutar os reflexos prateados da lua sobre as águas da baía de Vigo e a dança ondulante dos barcos atracados no cais.

Ela, regressou depois trazendo apenas seu corpo sem roupa carregado de beleza. O desenho! As linhas! As saliências! A côr ! O perfume! O necessário para me deixar perdido no meio do quarto no meio de mim no meio de tudo no meio do mundo...





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Manoel Carlos

2 comentários:

  1. Esse tamanhinho de letra é brincadeira!
    Não é não?

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  2. Querido Manoel Carlos, antes que nada perdona que no haya comentado antes, pero pasé a leer y lo seguiré haciendo.

    Me encanta el final de tu historia. Las mujeres nos preguntamos a veces qué pasa por la mente de un hombre en esos momentos tan únicos.

    Ahora ya lo sé. ("En medio del cuarto, en medio de mí, en medio de todo, en medio del mundo ...") Es un final sugerente, descriptivo, muy emotivo, perfecto.

    De parte de otra escritora: Mis parabéns!

    Beijos da Leni, wherever yoou are.

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