Valdeir estava há uma ano e meio em Lisboa. Arranjara emprego na restauração e uma bonita namorada - a Jaqueline - também ela vinda de alem-mar. Logo juntaram os trapinhos e encomendaram à cegonha um bebê para selar o amor.
Mas um fatídico dia a paz de Valdeir acabou. Era o telemóvel que trazia a notícia.
-Alô Valdeir, é a Clarineide, tô aqui no aeroporto amor, com a nossa filhinha Gaby.
Viemos passar o Natal com você!
-A quê? Quem? Claro...Não acredito! Que bom! Daqui a dez minutos estou aí!
E lá foi o infeliz buscar a mulher (sim, ele era casado e tinha 3 filhos) ao aeroporto. Deu um jeito de instalar provisoriamente a "outra" na casa de uma amiga e acolheu a familia legítima em casa. Mas, é claro, nada satisfeito.
-Doutor, quero tratar do meu divórcio e para facilitar o negócio, vou denunciar a Clarineide pro SEF. Tomara que levem o diabo da infeliz para bem longe de mim...
-Mas senhor Valdeir...coitada da sua esposa, para quê tomar uma atitude tão drástica?
O Doutor João Patricio da Silva Garrapachinho, nunca em 20 anos de advocacia tinha visto tanta frieza nos olhos de um individuo! Não hesitou em ligar à pobre mulher desamparada:
-Dona Clarineide, quero lhe ajudar, venha cá a meu escritório que vamos tratar da sua legalização no país!
E passou-se um ano...
Clarineide casou-se com o Dr. João, estão felizes e à espera do primeiro filho. Moram em uma belíssima vivenda em Cascais e planejam ir de férias ao Brasil no fim do ano.
Valdeir ainda está com Jaqueline, mas como as coisas não estão lá muito boas por aqui pensam juntar um dinheirinho para voltar para a terrinha!
D.G.
Existe uma forma eficaz de prender o leitor: é escrever em poucas linhas uma grande história. Não sendo uma grande história é um grande exemplo e um alerta aos casais extramamente confiantes...
ResponderExcluirE quando existe um aceano inteiro a separar um casal, raramente não sucedem estes episódios...será caso para dizer: nunca se separem. Pois soube agora que a Jaqueline da história também era casada...e antes de ter regressado ao Brasil, seu marido tambem chegou no aeroporto de Lisboa mas infelizmente o SEF não o deixou entrar.
"O pau roncou" no Brasil.
Quem sabe mesmo esta não se tornaria também uma grande história! Vá escrevendo Danielle.
Bom ver que a Danielle (se é quem estou a pensar) tem relativamente pouco tempo de convivência com a "nossa" malta (veja a minha petulância...) e já está a dar frutos, contribuições tão bonitas.
ResponderExcluirParabéns, Danielle. Já ouvi falar muito (bem) de você. Seja bem-vinda ao clube e, pelo pouco que (não) te conheço, sei que só por gostares dessa malta já estás mais perto do meu coração também.
Beijos,
Rosinha