A mãe de minha mãe, de quem herdei o nome (Rosa Maria), ficou viúva muito cedo, com três filhos pequenos para criar. Estando ainda na flor da idade (estava com 27 anos), apareceram pretendentes e minha avó casou-se em segundas núpcias com um italiano maravilhoso que a adorava e era 20 anos mais velho do que ela.
Depois de alguns anos, meu avô (sempre o tratarei por meu avô) teve dois AVCs bastante sérios e, como também já tinha bastante idade, aposentou-se.
Minha avó cuidava da manutenção da casa e do meu avô com alguma ajuda da minha mãe, que estava casada, tinha dois filhos (meu irmão e eu) e morava na esquina oposta.
Minha avó era também minha madrinha e não tenho pejo em dizer que eu era o seu xodó. Como estávamos bem perto, eu estava sempre lá, na casa da minha avó.
Sempre fui muito, muito curiosa. Com uns poucos... sei lá, seis, sete anos talvez, intrigada com o fato de que nem meu avô nem minha avó trabalhavam e sempre tinham de tudo, minha avó me dava presentes e tinha sempre dinheiro, um dia perguntei a ela: "Vó, onde é que a senhora consegue dinheiro?"
Então ela, com um sorriso que sempre fazia seu rosto mais bonito ainda (minha avó era muito, muito bonita!), respondeu-me: "Ah... minha filha... Eu achei o ninho do UIRAPURU!!!" Eu então perguntei o quê aquilo significava. Dona Rosa então contou-me que o ninho do pássaro uirapuru era feito todo de dinheiro e quem achasse seu ninho, que era muito, muito escondido, ficaria rico! Disse-me também que esse era um pássaro muito misterioso e mágico. Poucas pessoas conseguiam siquer ouvir o seu canto.
Lembro-me tão bem o quanto tudo isso ficou tão profundamente gravado nas minhas mais doces lembranças da infância!!
E agora, olha o uirapuru aqui...!
ROSINHA VASSIMON
Nota da Wikipédia
Na cidade de Manaus e em algumas regiões do Norte do Brasil a população acredita que levar o uirapuru empalhado consigo traz sorte na vida e no amor, uma das causas pela qual o pássaro está em extinção, embora ele não seja fácil de se encontrar.
Gostei muito da nota elucidativa que meteste depois do texto!! Obrigada, mais uma vez, pelo prestígio que dás aos meus tão singelos textos, FonFon. Tu és, realmente, um gajo e tanto...
ResponderExcluirAh... tivesse eu conhecido-te há uma dezena de anos atrás, e não me escapavas!!
Beijos saudosos,
Rosinha
eu também quero achar um ninho de uirapuru, me ajude
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