A Elma veio um dia procurar-me ao meu trabalho. Foi na cidade do Porto, na maravilhosa cidade do Porto. Estava com um problema na obtenção do passaporte
para seu filho menor. Pela legislação brasileira não é permitido conceder passaporte a menor sem a prévia e expressa autorização de ambos os progenitores.
O pai de seu filho, ex- jogador do F.C.P. teria partido para o Brasil sem deixar
alguma pista e seu paradeiro, consequentemente, era desconhecido. Consegui que o
Juizado de Menores do Rio de Janeiro, excepcionalmente, considerasse tal situação.
Este caso provocou um relacionamento mais forte entre mim e a Elma.
Elma era uma portuguesa em toda a acepção da palavra, mas uma portuguesa do Norte, mais precisamente do Porto, com aquela desenvoltura, aquela alegria e linguagem forte sem medidas ou restrições. Quando entendia que havia de dizer um palavrão fazia-o com tal serenidade e descontração que me provocava um arrepio na espinha como se cada palavra representasse um golpe de uma faca! Mas fui me acostumando e incrivelmente assimilando sua forma e jeito com naturalidade e já discutiamos de igual para igual...se ela dizia caralho, eu arriscava foda-se! Ou vice-versa e com intensidade crescente...
Foi a partir de então que os meus conhecimentos de português se completaram!
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