Num relance ao Blog http://www.oficinadegerencia/, do meu amigo Herbert Drummond, ocorreu-me que poderia completar o seu desejo de transmitir aos seus leitores e aos meus também, a tradução única para o Português, do fabuloso poema "IF" de Rudyard Kipling. Essa tradução de versão livre de Félix Bermudas está publicada no Livro de Instruções do Circulo Esotérico da Comunhão do Pensamento, acessível, claro está, apenas aos irmãos associados.
Poema “SE”, de Rudyard Kipling
Versão livre de Feliz Bermudas.
SE podes conservar o teu bom senso e a calma.
Num mundo a delirar, pr'a quem o louco és tu;
Se podes crer em ti com toda a força d’ alma,
Quando ninguém te crê; se vais faminto e nu,
Trilhando sem revolta um mundo solitário,
Se à torva intolerância, à regra incompreensão
Tu podes responder subindo o teu Calvário,
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão.
Se podes dizer bem de quem te calunia;
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor,
Mas sem a afetação dum santo que oficia,
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor;
Se podes esperar sem fatigar a esperança;
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho;
Fazer do Pensamento um Arco de Aliança,
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho;
Se podes encarar com indiferença igual,
O Triunfo e a Derrota – eternos impostores;
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar, sorrindo, o amor dos teus amores;
Se podes resistir à raiva ou à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega, eivadas de peçonha,
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste;
Se podes arriscar todos os teus haveres
Num lance corajoso, alheio ao resultado
E calando em ti mesmo a mágoa de poderes
Voltar a palmilhar todo o caminho andado;
Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas de peçonha, desorientando o povo,
E sem dizer palavra sem um termo agreste
Voltares ao princípio, a construir de novo,
Se pode obrigar o coração e os músculos
A renovar o esforço, há muito vacilante,
Quando já no teu corpo, afogado em crepúsculos,
Só existe a vontade a comandar “Avante”!
Se, vivendo entre o povo, és virtuoso e nobre
Ou vivendo entre os reis conservas a humildade,
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti, à luz da Eternidade;
Se quem conta contigo encontra mais que a conta;
Se pode empregar os sessenta segundos
De um minuto que passa, em obra de tal monta
Que o minuto se espraie em séculos fecundos;
Então, ó Ser Sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos, e os espaços.
Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,
Abrindo um infinito ao rumo dos teus passos;
Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem recear que os erros te retomam,
Quando já não houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um HOMEM.
Versão livre de Feliz Bermudas.
SE podes conservar o teu bom senso e a calma.
Num mundo a delirar, pr'a quem o louco és tu;
Se podes crer em ti com toda a força d’ alma,
Quando ninguém te crê; se vais faminto e nu,
Trilhando sem revolta um mundo solitário,
Se à torva intolerância, à regra incompreensão
Tu podes responder subindo o teu Calvário,
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão.
Se podes dizer bem de quem te calunia;
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor,
Mas sem a afetação dum santo que oficia,
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor;
Se podes esperar sem fatigar a esperança;
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho;
Fazer do Pensamento um Arco de Aliança,
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho;
Se podes encarar com indiferença igual,
O Triunfo e a Derrota – eternos impostores;
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar, sorrindo, o amor dos teus amores;
Se podes resistir à raiva ou à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega, eivadas de peçonha,
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste;
Se podes arriscar todos os teus haveres
Num lance corajoso, alheio ao resultado
E calando em ti mesmo a mágoa de poderes
Voltar a palmilhar todo o caminho andado;
Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas de peçonha, desorientando o povo,
E sem dizer palavra sem um termo agreste
Voltares ao princípio, a construir de novo,
Se pode obrigar o coração e os músculos
A renovar o esforço, há muito vacilante,
Quando já no teu corpo, afogado em crepúsculos,
Só existe a vontade a comandar “Avante”!
Se, vivendo entre o povo, és virtuoso e nobre
Ou vivendo entre os reis conservas a humildade,
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti, à luz da Eternidade;
Se quem conta contigo encontra mais que a conta;
Se pode empregar os sessenta segundos
De um minuto que passa, em obra de tal monta
Que o minuto se espraie em séculos fecundos;
Então, ó Ser Sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos, e os espaços.
Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,
Abrindo um infinito ao rumo dos teus passos;
Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem recear que os erros te retomam,
Quando já não houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um HOMEM.
Meu poema favorito, sem sombra de dúvidas!
ResponderExcluirEssa versão podia sair do livro de instruções? Ou ela já é publicada em alguma outra obra?
Emocionante encontrar em algum lugar este poema, além de no livro. Mas pode? rs.
Abraços!
Gabriel Salomão