22/03/2011

ENTRE A NEBLINA DA MANHÃ E O SOL DO CREPÚSCULO


Encolho os ombros em sinal de indiferença e fecho os olhos fartos de olhar. Saio para a rua e me embrulho no nevoeiro a caminho para o trabalho. Estou farto destas mesmas coisas que acontecem diariamente e não vejo a forma de mudar... Os anos passaram tão rapidamente que parece nem ter acontecido nada desigual. Que merda de vida! Sinto-me uma formiga no meio das outras formigas arrecadando migalhas para o inverno que se aproxima! Se ao menos eu pudesse ser uma abelha para poder voar e com mel tornar meus dias mais doces... Ou então um sapo para que a menina má me pegasse em suas mãos e quem sabe de uma vez para sempre eu me transformaria num Príncipe Azul! Só assim eu acho quebraria esta maldita rotina em que o nevoeiro da vida me embrulha!

Engatilhado por Manoel Carlos

2 comentários:

  1. Disseram-me uma vez que, ainda bem, nós temos a escrita, Manoel Carlos (ou era Manuel dos Impossíveis?), e tu tens também: isso é o que faz a nossa vida DESIGUAL. Se calhar não somos grandes, mas sabemos reparar nas coisas pequeninas, embrulhar-nos no nevoeiro da manhã e olhando para dentro, jogar magia pelos dedos.

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  2. Ainda bem que temos, muito mais tu do que eu, esta fortaleza de alma e a competência para reparar nestas árvores altas que o outono transforma em pedaços de Paraíso,aos nossos olhos que se extasiam perante o colorido amarelado de raríssima beleza e poesia. O outono é lindo, lindo demais.

    Beijo
    Manoel Carlos

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