O areal, naquele tempo, era muito maior. Pelo menos era essa a ideia que eu tinha. Quando somos criança tudo nos parece de espaços mais amplos. Ainda me recordo que estava para chegar a Luanda um tio que eu conheci no meu tempo de menino. Antes de ele chegar eu dizia para os meus amigos que chegaria o meu tio Manuel, homem muito forte e muito alto. No dia em que ele chegou fiquei sem palavras. O tio Manuel tinha diminuido, causando a galhofa dos meus amigos: - "esse é que é o teu tio forte e alto?"
O areal era o palco de todas as manifestações do pessoal que morava ali por perto, nos bairros: Passeio, Arrabalde, Pinheiro e Pereiras. Além da feira que ocorria quinzenalmente, e a instalação da tenda do circo, nas Feiras Novas, jogava-se ali futebol, praticava-se todo o tipo de atletismo por parte da criançada. E, no Verão, na areia branquinha junto ao rio, era a nossa praia.
No dia da Vaca das Cordas, terminava sempre no areal o evento, com toureio e pega do garraio, que deixava quase sempre alguem com doloroso traumatismo de merecida e valente cornada.
O Rio Lima lá ao fundo, alheio a tudo, envolvido em sua sinfonia, deslizava sereno e cristalino rumo a Viana.
O Rio Lima lá ao fundo, alheio a tudo, envolvido em sua sinfonia, deslizava sereno e cristalino rumo a Viana.
Manoel Carlos
Sun Iou Miou - a dona da Foto,
disse...
Chove que "deus a dá" , Manoel, agora. E como é belo o som da chuva contra os vidros, dessas gotas que já deram a volta ao mundo milhares e milhares, milhões!, de vezes. Quem sabe não são águas do Lima estas que passam transformadas em nuvens sobre a minha vida?
Chove que "deus a dá" , Manoel, agora. E como é belo o som da chuva contra os vidros, dessas gotas que já deram a volta ao mundo milhares e milhares, milhões!, de vezes. Quem sabe não são águas do Lima estas que passam transformadas em nuvens sobre a minha vida?
É outono, é vida ainda.
Chouve a deus da-la, Manoel, agora, e como é belo o som da chuva contra os vidros, dessas gotas que já deram a volta ao mundo milhares e milhares, milhões!, de vezes. Quem sabe não são águas do Lima estas que passam transformadas em nuvens sobre a minha vida?
ResponderExcluirÉ outono, é vida ainda.
Parabéns, Manoel Carlos!
ResponderExcluirTalvez pensavas que não ia lembrar, mas há coisas que não consigo esquecer.
Beijos
Maria
Conste, foi o teu msn que me enganou. O mês é outro. Fica só o dia. E os beijos.
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