a primeira vez
Ela tinha um cheiro delicado e estranhamente doce. Um odor de fêmea. Era só ela passar perto para me impulsionar a correr atrás dela feito animal em época de cio! Mas me segurava a sensatez dos meus ainda 11 anos. O medo de suas bruscas e inesperadas reações.
Ela era já adulta. Já mãe de uma menina concebida de uma aventura no escondido e lusco fusco da Lapa. Numa noite de São João. Dislumbre irremediável. Aconteceu com o Zé Padeiro. que emigrou para a França.
Ela já havia notado o meu libido desespero nas minhaas reações, no meu olhar e sadicamente me provocava.
E os dias iam seguindo. Derrubando-me nas noites que a imaginava com a ajuda de meu inevitável narcisismo.
Desenhei com meu olhar tantas palavras e imagens no tecto do meu quarto. Meus gritos mudos explodiam contra o corpo dela...suando no escuro que meus olhos ocultavam cerrados ao clarão enorme que se expandia do meu entusiasmo...e ela submergia sempre dessas minhas noites de menino feito homem!
Mas um dia ela veio como que seduzida ou magnetizada talvez presa em tanta força que eu expandia tentando prendê-la.
Fingi calma e tentei segurar meus impulsos.
-Olá! Sabes, tenho notado em ti. Estás um homem.
E foi a partir daí num derrube súbito em cima dum leito improvisado, colchão de terra e barro, que eu me TORNEI homem se a isto se deve ou pode chamar de HOMEM
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