02/10/2014

CARTA A UM AMIGO E COLEGA DE TRABALHO



Caríssimo Augusto,

Folheando meus arquivos  deparei com essa fotografia relativa  a uma cerimónia que envolveu a nossa condecoração, atribuída pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil por relevantes serviços prestados.
Lembras-te, certamente.  E também ainda te lembras dos formidáveis diplomatas com os quais tivemos a honra e prazer de trabalhar com toda a nossa boa vontade e desprendimento.  É bom que estejas preparado para a reacção de outros diplomatas, os actuais,  que nada têm a ver com a estirpe daqueles com quem fomos habituados a  lidar desde a nossa juventude ao serviço do Consulado do Brasil.  De certeza, como fizeram comigo, te mandarão um "ultimatum" de despedimento que nem uma simples palavra de agradecimento  conterá. Quanto mais um relógio de pulso como é hábito na  América do Norte!
Recordas-te dos tempos em que fazíamos plantão de assistência aos brasileiros em Lisboa e das noites em que tivemos que comparecer a hospitais, aeroporto, polícia e até às casas de malfeitores das brasileiras que as retinham  em casa como sequestradas? Como aconteceu uma vez no Alentejo que tivemos que  interferir com o Conselheiro Celso Bello ,  Sherlock Holmes  de trazer por casa, que prudentemente só nos acompanhou na companhia da GNR  Mais uma missão cumprida e voltamos a casa altas horas da noite!!

De tudo isto,  fica apenas a saudade e alegria de ainda termos convivido com formidáveis diplomatas de então , para os quais vai a minha homenagem.

Abraço,

Fon

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