08/08/13
ENCURTANDO O RASTILHO...
ÀS VEZES TAMBÉM PENSO ASSIM.
Transcrevo mas desviei muito armamento que ali estava sendo utilizado. Dava para sentir os estrondos dos engenhos explosivos e as balas silvando por cima da cabeça...
Eu estou com a pobreza, sempre, mas não com aquela que arruma o calhambeque quando a gasolina aumenta, não com aquela que se desprefere dos Euromarché para os Dia, envergonhada e subrepticiamente para que a vizinhança não dê conta: aquela mesma pobreza que recomeça a enfardar salsichas ao primeiro desemprego, a cortar no leite dos filhos para aguentar o aumento do preço da frequência dos estádios de futebol , a compreender as inflações cabeleireiras e manicures, as ameaças patronais…
Não!, eu estou com aquela pobreza que, sentindo a humilhação de um destino que não escolheu, opta por ser prostituta, ser bandido, bandido dos bandidos, miséria-já-cansaço das histórias de insucessos dos todos ascendentes lá de casa…
Eu estou com aquela pobreza que, perspectivando-se eternamente pobre e massacrada por vários maus destinos decide arrastar mais alguns em seu naufrágio, vingando-se da vida que os seleccionou assim e não de outra maneira, como o fez com milhões de seres viventes em mundos civilizados…
Eu estou com a pobreza que se indigna e berra e cospe sangue na cal das paredes, nas pedras das calçadas e nas páginas dos noticiários;
Estou com a pobreza que me tira o sono de segurança pelo meu próprio futuro, minha própria segurança…
Estou com a pobreza que não é pobreza, mas indignação: pobreza-direito de viver em paz, pobreza-direito de declarar guerra por razões de sobrevivência…
Estou com a pobreza que cospe para o ar e contra o vento sabendo que se pode matar em seguida com o próprio cuspo…
Estou, em suma, ao lado de toda a gente pobre que decide que riqueza maior que liberdade não pode existir…
A qualquer preço.
Eu estou com a pobreza, sempre, mas não com aquela que arruma o calhambeque quando a gasolina aumenta, não com aquela que se desprefere dos Euromarché para os Dia, envergonhada e subrepticiamente para que a vizinhança não dê conta: aquela mesma pobreza que recomeça a enfardar salsichas ao primeiro desemprego, a cortar no leite dos filhos para aguentar o aumento do preço da frequência dos estádios de futebol , a compreender as inflações cabeleireiras e manicures, as ameaças patronais…
Não!, eu estou com aquela pobreza que, sentindo a humilhação de um destino que não escolheu, opta por ser prostituta, ser bandido, bandido dos bandidos, miséria-já-cansaço das histórias de insucessos dos todos ascendentes lá de casa…
Eu estou com aquela pobreza que, perspectivando-se eternamente pobre e massacrada por vários maus destinos decide arrastar mais alguns em seu naufrágio, vingando-se da vida que os seleccionou assim e não de outra maneira, como o fez com milhões de seres viventes em mundos civilizados…
Eu estou com a pobreza que se indigna e berra e cospe sangue na cal das paredes, nas pedras das calçadas e nas páginas dos noticiários;
Estou com a pobreza que me tira o sono de segurança pelo meu próprio futuro, minha própria segurança…
Estou com a pobreza que não é pobreza, mas indignação: pobreza-direito de viver em paz, pobreza-direito de declarar guerra por razões de sobrevivência…
Estou com a pobreza que cospe para o ar e contra o vento sabendo que se pode matar em seguida com o próprio cuspo…
Estou, em suma, ao lado de toda a gente pobre que decide que riqueza maior que liberdade não pode existir…
A qualquer preço.
Jonas
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