O Tanoeiro
Toda a simpatia e bom humor permanente era apanágio do senhor Manuel. Após nosso jogo de futebol, versus pelada, no largo, ia-mos para perto do senhor Manuel escutar suas peripécias e suas histórias engraçadas.
Faz muito tempo. Ainda eu era criança. No largo da Porta Nova, o Manuel da Barca,tinha a sua tanoaria. Trabalhava em frente à porta de casa. Quase que eu aprendi a fazer barris de tanta vez que o observava na sua actividade; uma arte, que ainda hoje é imprescindível por causa da necessidade da conservação ideal para os vinhos e aguardentes. Pouca gente sabe que o whisky escocês é envelhecido em toneis gigantescos que foram do vinho de Porto.
Toda a simpatia e bom humor permanente era apanágio do senhor Manuel. Após nosso jogo de futebol, versus pelada, no largo, ia-mos para perto do senhor Manuel escutar suas peripécias e suas histórias engraçadas.
Após umas boas horas de trabalho, normalmente, ele sentava-se numa pedra em frente ao barril em acabamento, no degrau da entrada do Prédio do Dr. Malheiro , fumando seu cigarro
Por vezes nós os garotos ficávamos jogando ao botão, a uma distância de mais ou menos 200 metros do lugar onde estava sentado o Manel da Barca. Vez por outra, era uma festa de risos. Nas ocasiões quando o Manel da Barca, com aquele gesto inconfundível de quem quer aliviar o interior peristaltico, levantava uma perna e ajeitava a bunda para soltar o maior, mais sonoro e extraordinário traque, que ecoava reverberando por todo o largo, por toda a Vila.
Era o "show" para a garotada.
Era o "show" para a garotada.
Se fosse de noite certamente faria um clarão de luz.
Para tal trovão era merecido e necessário um relâmpago de luz superior...
Publicado por Fonseca Lima,
em LIMIANO 41 "google"
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