13/02/2008

Mein krieg

BERLIN 1982

..."meu caminho pro trabalho

é um pouco mais comprido.

Eu vou sempre pela praia

que é muito mais divertido".





Entre a minha casa na Niebuhrstrasse, e o MEU TRABALHO, o percurso pela Kurfürstendamm era mais longo do que pela outra rua, a Kanntstrasse. Eu preferia percorrer a Ku-damm, como se chamava tambem esta artéria de Berlin, porque era realmente extraordinário o espetáculo. Quem conhece Berlim sabe dos atrativos dessa alameda. É longa e repleta de atrações. Ali estão instalados, alem da famosa Gedächtniskirche ; restaurantes, cinemas, "Bear Haus", "Imbiss", casas de convívio, cafetarias, boutiques e até vendedores ambulantes e vendedoras de rifas em sua carrocinha de realejo atrelada ao burro equipado com seu "apára-bosta" em alemão deve ser "scheissetüten" ou "scheisseverteidiger" que é um saco amarrado às patas trazeiras do animal, que serve para aparar aquilo (já mencionado) e que o jegue vai libertando de seu organismo após digestões nada fáceis, deixando, de vez em quando, escapar ruídos que se confundem com o som do realejo.

Era na Ku-damm, no nº 15, primeiro andar, que estava instalado o meu EMPREGO em Berlin, naquela época Berlin (Ocidental)!


Num dia desses, cinzento, inverno, neve em gelo, parecendo vidro no asfalto, perigoso de se percorrer sem evitar uma queda. Falei, catrapuz, valente queda. Habe ich da unter gefahllen!



Vocês nem imaginam a sensação de desamparo de incapacidade para o equilibrio que se experimenta num desses absurdos trambulhões na neve. Meus pés fugiram, levantaram, meus braços, minhas mãos apenas agarrando o vácuo pousaram no chão puxadas pelo meu corpo que se estatelava de costas fazendo-me olhar para o céu . Mais do que o susto, as dores, é o vexame. E os alemães não são como nós. Aqui logo as pessoas viriam em meu auxilio perguntando se eu me tinha magoado ou ferido. Mas ali não! Duas senhoras, e ainda bem, fingiram nem sequer me ver. Mas o pior foi para me levantar. Onde vocês acham que existe, naquelas circunstâncias alguma coisa áspera, que se possa segurar para movimentar o corpo para seu estado vertical?



É um tal de escorrega e cai. O máximo é a posição de joelhos, dali para cima, só mesmo alguem para ajudar. E primeiro que alguem me ajudasse!? Enfim um turco pensando que eu também era turco, ou não tinha a certeza, porque me perguntou:- Sind Sie turkisch? Veio em meu auxilio e me ajudou a erguer o corpo e o espírito. Sacudi a neve do meu "schweinmantel" "sobretudo de pelo de porco" e pude então proseguir ileso, o caminho para o trabalho.
Lembrei-me ao escrever estas linhas do Cônsul Rainho Neves, da D. Marisa, da Regina e do meu amigão Roberto Bonatto!
Manoel Carlos
(fonseca Lima)
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Vejam agora a tradução para o inglês:
Between my house in Niebuhrstrasse and my work, a trip along the Kurfuerstendamm was longer than the other street, Kanntstrasse. I would rather go to Ku-damm, as also called this artery from Berlin, because the show was really extraordinary. Who knows Berlin knows the attractions that "alameda". It is long and full of attractions. There are installed, besides the famous Gedaechtnskirche, restaurants, cinemas, "Bear Haus", "Imbiss" houses of coexistence, cafés, boutiques and even itinerant traders and saleswomen of "rifas" in his "carrocinha" of "realejo" geared to the donkey equipped with its "apára - needs" - a bag tied to "trazeiras" fett of the animal, which serves to trimming what this will freeing of his body after "digestões" nothing easy, leaving, on occasion, escape noise which confused with the sound of "realejo".
It was in the Ku-damm, at number 15, first floor, which was installed my EMPLOYMENT in Berlin, the Berlin (West).
In those days, gray, winter, snow, ice, looking glass in the asphalt, dangerous to go without avoiding a fall. I talked, I fell!
Do you not imagine the feeling of helplessness, the inability gto balance which is experiencing one of those absurd "trambulhão" in the snow. My feet fled, raisend, my arms, my hands just grabbing the vacuum "pousaram" pulled to the ground by my body which "estatelava" of back making me look at the sky. More than "susto", the pain is the "vexame". And the Germans are not like us. Here once people would come to my help wondering if I had "magoado" or injured. But there no! Two women, and still well, "fingiram" not even see me. But the worst was to raise me. Where do you think that there is, under the circunstances something rogh which can hold to move the body to their state vertical?
It is such a "escorrega", and falls. The maximum is the position of knees, up there, but even someone to help. And first of someone help me? Finally a turkish thinking that I wasm, also turkish or was not sure, because I asked : - Sind Sie turkisch? (tu és Turco?) It came to my help and I then proceed my way to work. "Ileso"!
Manoel Carlos

3 comentários:

  1. Queridísimo Manoel Carlos,

    Ciertamente los alemanes son gente educada, pero mucho más fría que nosotros los del Sur. Es increíble que nadie te ayudara a levantarte del suelo -excepto el turco, que seguro estaba en la misma situación que tú (maravillado por la falta de ayuda local)-.

    Tengo anécdotas de este mismo estilo con ingleses y holandeses (gente encantadora, pero flemática, que a veces parece no tener sangre ni nervio!!) Esto me da una idea para mis próximos posts.

    Manoel Carlos, eres claramente inspirador, gracias por la idea!

    Ah, yo sí te habría tendido la mano para ayudarte a levantar del hielo. :))

    Un gran beijo. Buenas noches, dondequiera que estés.

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  2. Por cierto, es una pena pero no conozco Berlín. Es curiosos, pero my English e-friend me lo recomendó. Qué casualidad.

    Lamentablemente sólo he visto Berlín en las películas de Wim Wenders, Werner Herzog o R.W. Fasssbinder (tuve un novio muy cinéfilo, y por amor al cine vimos muchos ciclos de cine alemán)

    Ah! y tengo un trozo del Berliner Mauer -recuerdo de un viaje de trabajo que hizo mi padre, poco después de caer el muro-. Allí está la piedra, en mi mesa de trabajo.

    Una excusa para visitarlo. Es imperdonable.

    Besos,

    Leni.

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  3. Nice translation, by the way, hahahah.

    Leni.

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