À entrada de Ponte de Lima, quem vem de Braga, descendo o Bairro do Pinheiro, vai deparar com o busto do poeta Antonio Feijó, e que nós sempre designava-mos esse local como sendo o da "estátua".
O busto esculpido em bronze está assente sobre um bloco de pedra mármore e ladeado por duas placas também de pedra trabalhada onde estão fixados em letras de cobre dois poemas do insigne poeta.
Um desses poemas é bem alusivo à beleza desse recanto maravilhoso que é Ponte de Lima.
Assim:...É QUE DAS TERRAS QUE TENHO VISTO
POR TODA A PARTE POR ONDE ANDEI
NUNCA ACHEI NADA TÃO IMPREVISTO
TERRA MAIS LINDA NUNCA ENCONTREI.
Era eu bem pequeno ainda, quando ouvi uma vez o meu pai referir-se a este poema contando
que um dia, passando na frente desta estátua, deparou com um emigrante limiano lendo aquele poema em voz alta e depois exclamar:
- Ai Ai, Antonio, vê-se logo que tu nunca estiveste no Rio de Janeiro, senão não escrevias isto!São conceitos diferentes da beleza e gostos não se discutem.
Mas na realidade Antonio Feijó, era bem conhecedor do Rio de Janeiro onde, inclusive, ele foi Cônsul de Portugal.
E o que um poeta consegue vêr não está ao alcance de qualquer emigrante!
Já agora, o outro poema que ali está fixado:
NASCI À BEIRA DO RIO LIMA
RIO SAUDOSO, TODO CRISTAL!
DAÍ A ANGÚSTIA QUE ME VITIMA,
DAÍ DERIVA TODO O MEU MAL.
Também o meu, caríssimo poeta!
Manoel Carlos
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