Elegantérrima, alta, loura, olhos azuis, caminhar firme, de modelo na passarela. Rosto cuidado, sereno, donotando-se, todavia, infalíveis e ténues danos impostos por voadoras primaveras. Insignificantes reminiscências. Apenas o seu corpo firme, pernas longas e uns gêmeos de suscitar inveja às mais jovens e a causar -me ímpetos de conquista. Fui à luta.
Ela morava no sexto piso e eu no 4º do mesmo prédio. Era inevitável o nosso cruzamento quase diário e impossivel conter a minha mirada sempre que ela passava.
Comecei por arriscar uma saudação mas seria uma outra amiga que iria me aproximar da "señora".
Divorciada do médico da capitania e morava só.
O meu convite estava repleto de whisky embriagando-me de coragem. Mesmo assim, evitando cair, ela aceitou.
Veio como se ali estivesse toda a aristocracia galega e seu perfume derrubou o meu espírito levantando o resto...
Sentamo-nos.
Na minha frente cruzou as pernas que me estontearam e eu não pude deixar de me referir a esse pormenor.
Revelou-me ter sido "azafata" aeromoça da Ibéria onde era conhecida como "La miss de las piernas bonitas". Só podia ser. Pensei eu!
As espanholas não são de rodeios, delongas, evasivas ou contornos verbais quando se pensa em sexo ou isso está inserido previamente no contexto de qualquer encontro entre um homem e uma mulher.
E fui direto ao assunto com meu espanhol do bairro alto:- "Mi gustaria hacer amor con usted". E ela de pronto: "Me encantaria tambien"! E "pimba" que já é tarde...
Como sempre nestas ocasiões a higiene é imperiosa. Tomou um banho de sais e espuma.
Minha expectativa fazia um motor no meu peito. Tenho a impressão que os vizinhos ouviam o meu coração bater!
E outros ruídos ecoaram para os lados de lá das águas da baía!
Foi tudo ilusão ou melhor: foi tudo uma desilusão!
Aos meus olhos um corpo de concepção ruinosa onde a celulite se espalhava até aos joelhos, deixando abaixo desse ponto, apenas o rótulo daquilo que teria sido uma "azafata" rainha das pernas bonitas da Ibéria!
Mas eu era o Casanova dos pobres e como tal me manifestei.
Quis gritar pelo meu pai pedindo socorro mas vi seu rosto rindo despregadamente na minha cara de desespero!
Deitei-a na cama. Antes de apagar a luz ainda pude ver algo entre suas pernas como uma carranca judiando de mim.
E investi como um herói que luta pela guerra dos outros...
ooooooo
Procurem noutra página,outro post, as mentiras da Dolores...
Texto sem vergonha de
Manoel Carlos
¡Jajajajaja! Muy buena historia, Manoel Carlos, he disfrutado y me he reído mucho leyéndola.
ResponderExcluirPara que veas... las apariencias engañan. ¡Las reinas de las piernas bonitas de Iberia ya no son lo que eran!
¡Sigue escribiendo! Me encantan tus historias!
Beijos da Leni.
PS.- Ve hacia atrás, por falta de tiempo y mucho trabajo no había comentado tus posts, pero acabo de hacerlo. ¡Volveré pronto!
O que luta pelas guerras doutros sempre perde, Manoel Carlos, mas tu nesta ganhaste quando menos uma história que contar, prémio também para quem te lê.
ResponderExcluirBeijos, todos quantos...
Fosse eu quem era e esta história merecia complementar-se na versão da Miss Piernas Bonitas..., nem que fosse apócrifa.
ResponderExcluirBeijo
E não é que voltei a ser quem era?
ResponderExcluirCom o meu carinho...