26/12/2011

OS ONZE MINUTOS ÁS ONZE DA NOITE - Cascais, Portugal


Juiz reformado, 82 anos, casado. A esposa tem 92 e sofre de Alzheimer.
Enquanto ele se esforça para se defender das ” intempéries” eminentes, a senhora agoniza à míngua de tudo sob o comando da irreversível maleita.
Para suprir as dificuldades inerentes à situação, ele contratou uma moça brasileira para cuidar deles e da casa.
Tudo corria para a moça,
como se depreende, no desempenho de uma função tão precária e esgotante, mais ou menos bem, ou mal, esquecida pela remuneração, também mais ou menos mal. Enfim, a necessidade obriga. Mas nem tanto...
Foi conquistando a confiança do ex-Juiz que a chamava para tudo. E para nada...
Ela se transformou assim como uma confidente, necessária confidente, do velho que até lhe confiava os códigos dos cartões de crédito cuja conta, segundo a moça, tinha um saldo positivo de 200 mil euros!
Até aqui muito bem ou tudo normal.
O ex-Juiz, segundo a moça, era da "pá virada". Frequentador de casas noturnas onde esbanjava alguma grana. Mas isso é até louvável. Viva-se a vida aqui enquanto se possa! E se ainda houver força que se aplique a força. Mas com 82 anos!!!!!!!
Para terminar esta estorinha que daria um romance à maneira dos “Onze Minutos” do Paulo Coelho, o velho começou a ter reações mais atrevidas para com a moça, assediando-a constantemente e cada vez mais ordinário.
Ela aguentou até quando lhe foi possível. Ontem, o velho foi mais longe. Aplicou o golpe da misericórdia: ou dá ou desce!
A garota negou. O velho, vingativo, pô-la na rua, já eram onze da noite! Sem tostão no bolso e dada a surpresa e o inesperado, deambulou toda a noite até de manhã pelas ruas de Cascais, quando procurou uma amiga para a socorrer.
Hoje chamou-me para contar esta passagem triste de sua vida que presumo ser igual à de tantas jovens brasileiras nesta terra “estranha”. Pode?
P.S.
A moça revelou que o ex-Juíz confidenciava-lhe que
quando em julgamento, o réu não
lhe agradava, ele condenava-o mesmo sem o merecer!
Estamos então perante um grande filho da puta!

Manoel Carlos

Um comentário:

  1. Terrível e, infelizmente, frequente. Pior ainda vindo de quem deveria aplicar a justiça.

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