No começo, logo que iniciei meus pensamentos sobre a minha aposentadoria ,evidente, atacou-me um certo sentimento de apreensão , quiçá medo de um eventual tédio, pela quebra da rotina diária que me ocupava quase todo o meu tempo no trabalho. Muitos me diziam que depois de reformado, logo a seguir, nos primeiros dias, principalmente nos primeiro dias, seria atacado por violento "stress" difícil de contornar!!!!!
Qual quê? Isso é para quem não tem imaginação que serve de ataque a essas vicissitudes, aliás, virtudes, de não ter mais obrigações para cumprir horários, ou seja para o que for, obedecendo obrigatoriamente a mesquinhices da extensa legislação laboral.
Não imaginam o quanto me sinto feliz agora que estou reformado fazendo aquilo que sempre gostei de fazer: NADA.
Este NADA apenas envolve tudo aquilo a que eu era obrigado a fazer diariamente no meu setor de trabalho , obrigado a aturar chefes doidos, estressados e colegas neuróticos, mais neuróticas que neuróticos.
Sempre quis viver na cidade do Porto onde hoje me encontro morando num apartamento modesto. airoso, com varanda para a rua por onde veja o movimento da cidade e ouço aquele linguajar puro do Norte, sempre perfumado de palavras doces misturadas com açúcar e dinamite.
Aqui as pessoas falam - quase gritando - de longe de um lado ao outro da rua. Se algum conhecido segue em sentido contrário pelo outro lado da rua , o amigo que segue do lado cá grita logo: então pá? Como vais? Estás bom?
-Carago, pareces um morcão, guarda o teu dinheiro e ao menos fala, fo........-se!
Isto é ainda ficção. Ou sonho. Continuo esperando a reforma que teima em tardar.
Isto é ainda ficção. Ou sonho. Continuo esperando a reforma que teima em tardar.
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