O meu filho nasceu, era então Berlim, 04 Fevereiro de 1984. A avaliar o dia cinzento e a neve caindo lá fora , parecia tudo um filme a preto e branco. Mas meu coração via tudo colorido de cores vivas e radiosas.
Desde então nunca mais me senti só ou em desalento. A vida passou a ter um outro significado.
O tempo corria veloz e vi o meu filho de repente crescer ao ponto de por vezes ter a sensação que existia outro. Quando atingiu os dez anos, um dia parei em sua frente e perguntei: - onde está o teu irmão? Ele, surpreso, responde:- pai tu estás maluco, que irmão é esse?
Foi então que lhe expliquei que a vida, o tempo entre nós, tinha voado. E as fases de evolução dele iam deixando marcas.
Tanto que às vezes eu tinha a sensação que em cada fase de nossa convivência era preenchida com outro Ruben. Que é feito daquele menino correndo no parque brincando com o cachorro? E o outro mais além que gritava por mim querendo fazer xixi. E o Ruben, já na Escola, quando a mãe o ia buscar de carro e ele, no banco de trás, olhava incessantemente para a língua no espelho retrovisor. A mãe perguntou porquê isso? E ele respondeu que a Professora nesse dia estava perguntando a todos a tabuada e eles não sabiam. Quando chegava a vez dele ele respondia acertadamente. A Professora falava então para os outros: vêm vocês? o Ruben tem a tabuada na ponta da língua Nesse contexto, ele olhava o espelho esticava a língua, mas não via nenhuma tabuada.
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